quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Por favor, sigam a fila!

         Costumo observar muito as pessoas, não por isso deixo de observar meus próprios comportamentos, hábitos e atitudes, inclusive, estimula a me policiar, assim evitando erros simples, mas que seriam ruins.
Quais seriam esses erros "simples"? Trabalhei por 9 meses na SMA de Diadema, esta secretaria está situada no loteamento Inamar, pra chegar até lá eu pegava ônibus de casa ao centro de Ribeirão Pires, trem à Santo André, troleibus à Piraporinha - Diadema e, aí um ônibus ao Jd Inamar. 
Longe percurso, propício pra ver todos os tipos de seres, até mesmo os mais inesperados. Acho que nesse percurso eu passava por pessoas com todas as profissões e trabalhos existentes, ainda mais, talvez passava por pessoas de todos os estados do Brasil. Já era de se esperar, eu teria nesse local o maior tempo da minha vida para ouvir críticas positivas e negativas direcionadas ao meu visual e certamente ouvi!  Desde ser chamado de "boi", de vagabundo a rebelde intelectual, etc.  Não digo que perdi algo com isso, nem mesmo com críticas negativas. 
         Percebi nesse tempo que o trem, mesmo lotado, poucas pessoas se falavam; como disse Zeca Baleiro "Mais sozinho que um paulistano", é isso mesmo! Dez pessoas onde cabem cinco, porém solitárias, dentro de sí, e claro, com fones de ouvido. (Ah!, um dia um senhor estava escutando "Breathe" do Prodigy).
Antes de trabalhar em Diadema, trabalhei por 2 anos e 15 dias na Zona Norte de São Paulo, a partir do dia 08 de agosto de 2006, agora me perguntem quantas críticas negativas eu ouvi?! Mais de 50, até que poucas dependendo do ponto de vista. Agora me perguntem quantas pessoas eu conheci e fiz amizade, por acaso, no modo "assunto de elevador"?!  Nenhuma.  

         O que observei nesse tempo, um comportamento coletivo muito comum nesses dois percursos é ser empurrado por uma ou vinte pessoas que você nem conhece. Quando vai entrar em algum transporte público desordenado isso é comum em SP. Isso na rua é um insulto, nos transportes de São Paulo é uma ajudinha. Cortar fila em banco, supermercado é uma coisa quase inexistente, já no ponto de ônibus de Piraporinha com sentido a Santo André, a fila é um sonho. Um segundo de atraso e você leva uma bela cotovelada na nuca.  Ética e moral nesse local é guardada em algum canto, pra que não caia ao subir no ônibus, só pode. Mas as risadas do povo voam como pombos brancos. Estranho!

Uma das coisas mais engraçadas que vi, foi uma conversa entre duas meninas, falando mal de um moleque que desejava uma delas, falando mal mesmo, chegava a dar medo. O pior é que citavam nome. No outro dia, lá estavam as duas falando que "fulano" queria encontrá-la, mas que o enrolou. Minutos após, chega um "carinha", cumprimenta-as e elas ficam rosadas. Começaram a conversar como se fossem grandes amigos, e, citaram novamente o nome do infeliz! Era o mesmo do assunto anterior. 
Depois disso passei a temer as mulheres quando estão em grupo. É igual hiena, uma sozinha não derruba um búfalo. Chega de falar de locais com alta densidade de pessoas. 

          Há anos pegando ônibus em Paranapiacaba, um dos locais mais calmos do Grande ABC, era de se esperar comportamentos diferentes por lá, que pelo menos o indivíduo que pega "trenzão" no Brás, deixe seus costumes lá na grande cidade. Mas não acontece isso, é comum vermos pessoas cortando fila na cara dura. Eu aprendi que numa fila, se você está em primeiro lugar, você ficara em primeiro lugar, se chegou em último, será o último enquanto não chegar ninguém depois. Lá isso anda não funcionando. Do mesmo jeito que as pessoas sentam em local reservado em transportes público. O pior é que quando as pessoas comentam, generalizam dizendo "jovem É tudo sem educação, sem respeito" e olhando na direção de qualquer jovem que estiver por perto. O que eu tenho haver com isso? Eu nem sento em locais assim, sempre digo que se eu sentar, vai aparecer um dos colonizadores do Brasil olhando na minha direção com cara de choro. 
O certo seria até acrescentar um símbolo sinalizando o assento à pessoas "Sem respeito" , pois isso é uma deficiência. Só não é física, mas é uma deficiência. 

          Se você é uma pessoa com mais de 100 anos e está lendo essa página, saiba que eu adoro conversar com pessoas da melhor idade, sempre me ensinam algo, apesar que as vezes teimam no que acreditam, mas mesmo assim gosto. Saiba que quando for criticar atitude ou comportamento de jovens, estará errando se generalizar, não me olhe quando for criticar fumantes, quando criticar funkeiros, quando criticar emos, quando criticar quem falta com ética em filas. 


Chega de assuntos inúteis por hoje, mas se você leu até o fim, que isso sirva pra que você raciocine quando estiver prestes a entrar no trem, ônibus, pegar filas, etc. Se você tem esse comportamento, espero que tenha sentido um estímulo pra mudar.  

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